sábado, 23 de novembro de 2013

Somos chamados para ter posição

Graça, Paz e Alegria!

Mensagem do Portal Evangélico Compartilhando Na Web, enviada para o grupo de mensagens em 18/09/2013.

Apocalipse 3.14-22

14 E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
16 Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
17 Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
18 Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.
19 Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.
20 Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.
21 Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.
22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
 
Esta é a carta para a igreja de Laodicéia, a última carta dentro do Apocalipse endereçada a igrejas específicas que, insisto como já fiz antes, são igrejas históricas, que existiram, mas que também representam períodos históricos da caminhada da História Eclesiástica. Sendo a última carta, representa, então, nosso período. Nisso acredito tanto eu como acreditam muitos estudiosos do assunto.

Como em outras cartas do Apocalipse antes desta, começa com a apresentação de quem é O “remetente”: o próprio Cristo, que revela para João a apresentação, dando conta de ser Ele a testemunha verdadeira, o Fim de todas as coisas, e mais que isso, a Testemunha desde a Criação, desde o início de tudo!

Laodicéia é uma cidade fundada no século III a. C., por Selêucida Antíoco II e o seu nome é uma homenagem à esposa desse imperador, Laodice. Era uma cidade da província Romana da Ásia Menor e ficava na parte ocidental da Turquia Asiática moderna. Cidade muito próspera, a ponto de haver registros históricos que dão conta que rejeitou o apoio romano quando foi destruída em um terremoto em 60 d. C., mostrando a autonomia que possuía, o que nos dá pistas do porquê de uma apresentação mostrando a eternidade do Senhor, dando conta que Ele sim é auto-suficiente!

Há divergências sobre o assunto, mas ou em Laodicéia não havia abastecimento local de água, o que fazia com que a cidade precisasse dos aquedutos antigos para seu abastecimento e a água chegava quente por conta da viagem até a cidade ou havia na cidade fontes de água quente que não se mostravam adequadas para consumo no momento da sede. De uma forma ou de outra, a cidade conhecia a sensação de beber água morna e sabia muito bem o que o Senhor deixava claro com a citação...

A auto-suficiência da cidade parece refletida na questão espiritual, dando conta que não é frio nem quente, não é tão firme no evangelho, mas não está fora da realidade evangelical completamente. Não está nem no rol de compromissadas verdadeiramente nem no rol das não compromissadas. É um meio termo. E isso é criticado pelo Senhor, pois se houvesse comprometimento real, estariam desfrutando de coisas grandiosas do Senhor e se não houvesse nenhum comprometimento, estariam completamente fora do caminho. Mas estão num perigoso meio termo, que revela o conhecimento das coisas do Senhor, mas não um comprometimento completo. Logo, por padrões de comparação humanos, até seriam convertidos, mas não aprofundavam na intimidade do Senhor. Não estavam na condição de completos desconhecedores das coisas do Senhor, mas viviam na superficialidade (vs. 15-16).

Isso pode ser pior que a não conversão! Exatamente porque se pode achar que já existe comprometimento suficiente com o Senhor, quando na verdade, não há...

O Senhor deixa claro que a comunidade acha que possui grandiosidade de bens, e talvez se referindo não apenas aos bens físicos, mas numa comparação com a realidade espiritual. A comunidade se acha muito “rica” espiritualmente falando e o Senhor deixa claro que não é bem assim (vs. 17-18).

Estar nesse "meio termo", espiritualmente falando, é algo complicado! Porque se pensa que está tudo em ordem, mas falta profundidade. E, diferente de questões sociais, onde um erro tem maior gravidade e maior punição que outros, na questão espiritual não existe essa possibilidade! E quem está nesse "meio termo", pode (leia o "pode") caminhar facilmente para o distanciamento do Senhor em definitivo...

No versículo 20 há um grande ponto para buscarmos interpretações: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”.

Podemos pensar:

1) Não adianta cultuar ao Senhor apenas em Templos. Não adianta apenas realizar grandes obras. Que se faça, mas não apenas isso! O que é mais importante é ter o Senhor dentro da nossa vida e aí sim fazer o culto no Templo ou realizar grandes obras. O realizar não compete a nós! Esse é do Senhor. Quando nos envolvemos em realizar, podemos incorrer no erro de deixar o Senhor de fora dessa realização, mesmo dizendo que é em nome Dele. Na verdade, devemos deixar o Senhor entrar em nossa vida e deixar Ele realizar em nós e através de nós!

2) Será que em nossa auto-suficiência evangélica de realizações não estamos deixado no Senhor fora da Igreja, a ponto Dele ter que bater à porta?

3) Não dá pra termos um envolvimento superficial com o Senhor. Corremos o risco de sermos mornos! É necessário um envolvimento profundo, a ponto de deixarmos nossa vida completamente nas mãos Dele, para que Ele possa agir em nós e através de nós! Devemos nos dispor a essa realização e, claro, fisicamente será reconhecido que nós fizemos! Mas na verdade quem deve agir é o Senhor.

4) Será que realmente não estamos vivendo esse tempo da Igreja de Laodicéia, onde muitas vezes se realiza em nome do Senhor sem nem mesmo saber se é para fazer determinada obra? Não é porque é correto que necessariamente devemos fazer! Não é porque parece ser a atitude correta que devemos realizar. Do errado, fugimos, claro! Mas devemos saber o que realmente o Senhor quer que seja realizado e mais: deixar Ele agir através em nós e através de nós!

5) Será que o Senhor Jesus teria lugar em nossas igrejas se viesse fisicamente nos visitar em nossos dias? Um homem que no seu tempo comia e andava com pecadores, que atraía para perto de si esse tipo de gente que hoje em dia, em nossas comunidades, se sente julgada e nem quer se aproximar (a não ser para desrespeitar e protestar)? Será que Jesus seria recebido por andar com essas pessoas e por atrair essas pessoas para perto de si? Se Ele entrasse em nossas igrejas, essas pessoas iriam com ele. Será que elas também seriam aceitas? Acho que poderia acontecer até mesmo a rejeição de Jesus por andar com essas pessoas, quanto mais dessas pessoas. Hoje, de um modo geral (quero viver fora disso, sempre!) não atraímos essas pessoas, que se aproximavam do Senhor para buscar consolo, entendimento e arrependimento. Hoje corremos o risco de afastar essas pessoas...

Que possamos ouvir o Espírito e deixar Ele agir em nós e através de nós. Não aceitando o pecado, de fato, mas auxiliando o pecador a deixar o caminho errado, se ele quiser e denunciando o erro, claro. E deixando o Senhor dentro de cada uma de nossas decisões e atitudes, mais que isso, deixando Ele decidir e agir! Não agindo só por conhecer as coisas mas por deixar o Senhor agir em nós!

Forte abraço.
Em Cristo,

Ricardo, pastor

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